Camillo Rodrigues Junior
A agricultura na Grécia
Antiga
A Grécia Antiga possuía uma economia dinâmica, sendo
considerada uma das civilizações da antiguidade que apresentou grande desenvolvimento
econômico. A agricultura, o artesanato e o comércio marítimo foram as principais
atividades econômicas das cidades-estados gregas. Embora o território grego apresente
muitas montanhas, a agricultura foi praticada nos vales férteis. A agricultura foi
a base da economia na Grécia Antiga. Uvas, azeitonas e cereais foram os produtos
agrícolas mais cultivados pelos gregos. As uvas foram muito usadas na produção de
vinho, enquanto as azeitonas na de azeite. Ervas e vegetais também eram cultivados.
Porém, conforme a população grega ia crescendo, sobretudo a partir do século V a.C.,
tornou-se necessária a importação de gêneros agrícolas. A pecuária não se desenvolveu
muito na Grécia Antiga em função, principalmente, da falta de áreas destinadas ao
pasto. A criação de cabras e ovelhas foram as atividades pecuárias que mais se desenvolveram. Nas unidades de produção agrícola da Grécia Antiga
era comum o emprego de mão-de-obra livre e também escrava.
A agricultura no
Império Romano
A
agricultura na Roma antiga era tida como uma das principais atividades realizadas
para subsistência. . Cícero (106–43 a.C.) considerava a agricultura como
a melhor de todas as ocupações romanas. Os agricultores enfrentavam problemas como os de hoje, tais como:
imprevisibilidade do tempo, pragas. Por isso Catão (234–149 a.C.), Varrão
(116–2 a.C.), Columela (4 d.C.–70) e Paládio (fim do século IV d.C. ou início do
século V) escreveram manuais sobre práticas agrícolas. Além disso, estavam expostos
à guerra e revolta dos escravos, já que Roma era um império muito grande. Boa parte
das terras pertenciam aos aristocratas, e por conta disso não era raro não os encontrar
em suas propriedades. A posse da terra era um fator
dominante na distinção entre a aristocracia e as pessoas comuns. Quanto mais
terra tivesse mais importante era um romano na cidade. Os soldados eram
frequentemente recompensados com terra pelo comandante que serviam. Apesar das
quintas dependerem de trabalho escravo, homens livres e cidadãos eram
contratados pelas explorações agrícolas para supervisionarem os escravos e
garantirem que os trabalhos decorriam sem problemas.
A principal cultura era a espelta (A espelta ou trigo-vermelho (Triticum spelta é uma espécie
da família das gramíneas, próxima do trigo. Muito consumida em partes da Europa
desde a Idade do Bronze até a Idade Média, hoje é pouco plantada, embora ainda seja
cultivada na Europa Central e na Itália) e o pão era o alimento básico em todas as mesas romanas.
No seu tratado “De Agri Cultura”, do século II a.C., Catão escreveu que a
melhor exploração agrícola é a vinha, a seguir a horta irrigada, plantação de salgueiros,
olival, pastagem, terra de seara, floresta, vinha em latada e, por fim, azinhal
(árvore para madeiras). Apesar de Roma ser abastecida pelas suas numerosas províncias
obtidas militarmente, os romanos abastados desenvolveram a terra em Itália para
produzirem várias colheitas
No século
V a.C., as explorações agrícolas em Roma eram de pequena dimensão e de propriedade
familiar. Na mesma época os gregos antigos já tinham começado a usar rotação de
culturas e tinham propriedades agrícolas de grande extensão. O contato de Roma com
Cartago, Grécia e o Oriente helénico nos séculos III e II a.C. contribuiu para o
aperfeiçoamento dos métodos agrícolas romanos. A agricultura romana atingiu os seus
máximos de produtividade e eficiência durante o fim da república e início do império.
As explorações
agrícolas romanas podem dividir-se em três categorias em termos de tamanho: as pequenas
tinham entre 18 e 108 iugera (equivalente a 4,5 a 27 hectares, considerando
que 1 iugerum = 0,25 ha); as médias tinham entre 80 e 500 iugera (20
a 125 ha) e as grandes, chamadas latifundia (latifúndios), tinham mais de
500 iugera. Na fase final do período republicano o número de latifúndios
aumentou. Os romanos ricos compravam terras aos camponeses que não conseguiam garantir
o seu sustento. A partir de 200 a.C., os camponeses começaram a ser recrutados por
períodos de tempo mais longos para combaterem nas Guerras Púnicas.
Relevo representando uma máquina de ceifar (vallus) galo-romana
Relevo representando a colheita
de azeitona
As vacas produziam leite e os bois e mulas faziam os trabalhos agrícolas pesados. Ovelhas e cabras eram usadas para a produção de queijo e eram também valiosas por causa das suas peles. Os cavalos eram pouco usados na agricultura, mas eram criados pelos ricos para corridas ou para a guerra. Era também produzido mel e alguns romanos criavam também caracóis como comida de luxo.
As vacas produziam leite e os bois e mulas faziam os trabalhos agrícolas pesados. Ovelhas e cabras eram usadas para a produção de queijo e eram também valiosas por causa das suas peles. Os cavalos eram pouco usados na agricultura, mas eram criados pelos ricos para corridas ou para a guerra. Era também produzido mel e alguns romanos criavam também caracóis como comida de luxo.
Os romanos
tinham quatro sistemas de gestão agrícola: trabalho direto pelo dono e a sua família;
parceria rural, na qual o dono e o inquilino dividem a produção; trabalho forçado
por escravos cujos donos eram aristocratas e que eram supervisionados por capatazes;
e outras formas que passavam pelo arrendamento de terras.
Catão foi
um político e estadista do período médio-final da república que descreveu uma quinta
de 100 iugera. Na sua opinião, uma quinta dessa dimensão devia ter um capataz,
a mulher de um capataz, dez trabalhadores, um condutor de bois, um condutor de burros,
um encarregado da plantação de salgueiros e um guardador de porcos, num total de
16 pessoas; dois bois, dois burros para puxar carros, um burro para trabalhar no
moinho; três prensas completamente equipadas, talhas de armazenamento na qual cinco
colheitas de uva totalizando 800 cullei (413,600 litros) pudessem ser guardadas,
vinte talhas para bagaço de uva, outras tantas para cereais, seis meias ânforas
tapadas com vime, quatro ânforas tapadas com vime, dois funis, três filtros de vime,
outros tantos para mergulhar a flor, dez talhas para o mosto, etc,
Lâmina de enxada
A responsabilidade pela propriedade e pela produção
era deixada nas mãos de um feitor contratado. Ficava sob sua responsabilidade também
os escravos e empregados nas plantações. As ferramentas utilizadas nas plantações
e na vida dos romanos eram feitas por artesãos. Eles costumavam fazer de sapatos
a arados. Assim como na agricultura egípcia, os romanos utilizavam o arado com auxílio
de gado para semear a terra, assim como um arado que poderia ser usado por apenas
uma pessoa.
Também provinham de instrumentos maiores para a realização
da colheita, sempre como auxílio de animais, empregados e/ou escravos. A utilização
de um animal junto a ceifadeira, por exemplo, já caracterizava aquela colheita como
mecanizada.
Também cultivavam e extraiam o azeite das azeitonas,
e para isso havia um moinho específico que poderia ser girado por homens ou por
animais. Um desses foi encontrado em Cafarnaum, na Galileia.


Os romanos melhoraram suas plantações através de irrigação,
que seguiam através de aquedutos. Hoje, já é possível ter muitas provas do quão
mecanizadas estavam as plantações romanas, como vários moinhos de trigo, moinho
para extração do azeite de oliva, ceifeiras, entre outras.